COMO PODES ESTÁ QUIETO SE O SENHOR TE DEU UMA ORDEM?

INTRODUÇÃO – Esta pergunta posta como tema, nos traz à reflexão de como estamos reagindo à ordem do Senhor Deus.
Deus não nos chamou para ficarmos aleatórios sem sabermos o que fazer. Ele nos comissionou e nos deu uma ordem imperativa: “IDE” (Mc 16.15). Estamos realmente cumprindo ao mandado do Senhor, ou estamos acomodados em nossa “poltrona” do comodismo?

I – A ORDEM DO SENHOR TEM DE SER OBEDECIDA
Quando Deus dá uma ordem, a não obediência a esta ordem pode custar caro. Vejamos alguns exemplos bíblicos e históricos de homens que receberam ordem de Deus.

1 – ABRAÃO – (Gn 12.1) – Este é um exemplo clássico de obediência à ordem de Deus.
Abrão vivia com sua família em Ur dos caldeus, uma importante cidade ao sul da Mesopotâmia (região entre rios), provavelmente fundada em 2800 a.C., exercia enorme influência social, religiosa e comercial na região da Mesopotâmia e além dela.

1.1 – “Vai para a terra que eu te mostrarei”
Deixar grandes cidades, grandes igrejas e ir para uma terra desconhecida nem sempre é tão fácil.
Abraão recebe uma tríplice ordem de Deus.
“sai-te da tua terra” – sair da terra natal, tem sido uma grade problema para muitos obreiros. Abrão deveria partir sem pensar em retorno. Sua saída de Ur deveria ser para ele um desprendimento completo: uma renúncia total, material, social e espiritual.
“Sai do meio da tua parentela” – ir para uma outra terra com a família toda é uma bênção. Aqui Abraão, mesmo com toda a sua fé, desobedeceu; pois com exceção da sua esposa Sara, ninguém mais da família deveria acompanhá-lo. Mas, Abraão constrangido pela idade de seu velho pai, resolve levá-lo também. Tinha também um sobrinho muito ligado à família, chamado Ló, que resolve ir com o patriarca na viagem.
Viajaram quase 1000 km e chegaram a Harã. Custou caro a Abraão cortar esses laços familiares.
“Vai para uma terra que eu te mostrarei” – A terra prometida a Abraão estava muito além de Harã (Gn 17.8; At 7.4). Aqui aprendemos uma importante lição: Quando Deus nos chama nada neste mundo deverá nos prender; Deus cuida de tudo.

1.2 – O caminho da obediência não está livre de provação (Gn 12.10)
Obedecer à ordem divina, não significa que não enfrentaremos dificuldades e adversidades.
Ao chegar em seu destino, Abraão enfrentou grandes problemas que incluíam uma esposa estéril (Gn 11.30), a separação de seus parentes Gn 12.1) e uma terra seca que não produzia nada.

2 – ARÃO E SEUS FILHOS – (Lv 8.36) – No capítulo 8 de levítico, e realizada a consagração de Arão e seus filhos Nadabe e Abiu para o sacerdócio. A partir de então seriam os líderes espirituais de Israel, responsáveis de fazer a mediação entre o povo e Deus. Isso redundava em uma série de normas, com respeito ao culto, vestimentas e outras, que deveriam ser cumpridas com zelo.
2.1 – O preço da desobediência (Lv 10.1,2)
Nadabe e Abiu eram conhecedores das regras que regiam o culto no tabernáculo, no entanto decidiram por desobedecerem a Deus, e seguirem seus próprios caminhos (Pv 14.12).
O incensário só poderia ser aceso com brasa tiradas do altar do holocausto que jamais poderia se apagar (Lv 6.12,13), significando que era fogo santo.
O “fogo estranho” provavelmente eram brasas de outras fontes.
Ainda hoje muitos pregadores estão tocando “fogo estranho” na igreja.

II – A ORDEM NEOTESTAMENTÁRIA (Mt 10.5-8; 28.19,20; Mc 16.15-18).
No Novo Testamento, a ordem dada por Jesus, deve ser aplicada não só aos discípulos, mas a toda a igreja em todo o mundo. Vejamos como a igreja tem encarado essa ordem:

1 – PEDRO E JOÃO (At 4.20) – O fervor espiritual e o zelo pelo “IDE” de Jesus eram tão fortes, na vida dos discípulos que eles não puderam calar-se mesmo agindo sob ameaças.

2 – ESTÊVÃO (At 6.8; 7.54-60). – A obediência de Estevão, a ponto de dar a sua vida pelo “IDE” do Senhor, contrasta nitidamente com aqueles que pouco interessam por “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd v. 3).
A norte de Estevão resultou direta e indiretamente (devido a grande perseguição que começou com o seu martírio) em grandes acontecimentos, que são:

2.1 – A jornada evangelística de Felipe (At 8.4-40);
2.2 – A conversão de Paulo (At 9.1-30);
2.3 – A viagem missionária de Pedro (9.32-11.18);
2.4 – A fundação da igreja em Antioquia da Síria (At 11.19).

3 – FELIPE (At 8.5,26,27) – O diácono Felipe desce a Samaria, antiga capital do reino do norte, uma grande metrópole, e começa a pregar o evangelho. A aceitação era grande (At 8.6,8), mas o Espírito Santo lhe envia para o deserto, a fim de orar por uma alma (At 8.26,27).

4 – PAULO (At 13.2; 18.16-19). – O apóstolo Paulo se converteu a Cristo em sua viagem a Damasco para perseguir os cristãos. Desde aquele momento passou a obedecer à ordem do Senhor.
Paulo podia dizer com segurança, “combati o bom combate” (IITm 4.7,8).

III – A ORDEM NA HISTÓRIA MISSIONÁRIA

1 – O OLEIRO – No 13 de agosto 1727, Deus derramou um profundo avivamento sobre um grupo de checos refugiados na Saxônia, atual Alemanha, chamado de morávios. Com o conde Nicolau Zinzerdorf à frente daquela comunidade que vivia no vilarejo de hernhut, nasceu ali uma obra missionária. Dali saíram centenas de crentes apaixonados pela obra missionária, inclusive para o Brasil.
Já no fim desse movimento missionário, Zinzerdorf se sentiu desafiado a enviar um missionário para alcançar os esquimós no Alasca. Ele relatou certa noite sonhou com Jesus, e que nesse sonho o Senhor o instruía a enviar o oleiro.
O oleiro era um homem de meia idade, crente no Senhor Jesus.
Zinzerdorf o chamou e lhe expôs seu sonho e sua preocupação com os esquimós. O conde acrescentou que se o desafio fosse aceito por ele, infelizmente ele não poderia contar com uma equipe para acompanhá-lo, e nem haveria meios de sustentá-lo financeiramente, por fim, cria que talvez nem voltasse, já que o Alasca do séc. XVIII era das regiões mais isoladas do planeta.
Ele deveria ir só, sem sustento e sem a garantia de voltar.
Aquele oleiro permaneceu em oração por dois minutos e por fim, levantou o rosto e respondeu: “se o senhor conseguir me dar um par de sandálias usadas, amanhã cedo eu partirei”.
O conde lhe deu as sandálias.
No outro dia, Zinzerdorf foi à casa do oleiro procurá-lo, mas chegou tarde, o oleiro já havia partido logo bem cedo, para jamais voltar.
Hoje de todos os esquimós da terra, mais de 50% são convertidos ao Senhor. Isso porque um homem, do qual nem sequer sabemos o nome, pediu apenas um par de sandálias usadas para seguir a Jesus e espalhar o evangelho até o mais distante Alasca.

2 – DANIEL BERG E GUNAR VINGREN – Gunar Vingren, foi para Chicago em 1904, a fim de estudar quatro anos de teologia no seminário sueco. Em maio de 1909, foi diplomado e, no mês seguinte, assumiu o pastorado da primeira igreja batista em menoninee, michigam EUA. Em novembro de 1909, Vingren dirigiu-se a Chicago para participar de uma conferência realizada pela igreja batista sueca. Depois de cinco dias buscando o Senhor, Jesus o batizou com o Espírito Santo.
Daniel Berg se converteu no ano de 1899, sendo batizado em águas numa igreja sueca. Em 25 de março de 1902, Berg desembarcou em Boston à procura de novas oportunidades de emprego. Em 1909 Daniel Berg orou insistentemente a Deus pedindo o batismo com o Espírito Santo. Antes de chegar ao seu destino, Deus ouviu a sua oração, batizando-o com o Espírito Santo.
No mesmo ano os dois jovens se encontraram e conversaram por muito tempo da convicção que tinham da chamada missionária.
Os dois missionários não tinham qualquer dúvida de que Deus os havia unido para um propósito específico.
Foi assim, que após quatorze dias de viagem, no dia 19 de novembro de 1910, Daniel Berg e Gunnar Vingren, aportaram no Pará. No dia 18 de junho de 1911, é fundada a maior igreja pentecostal do mundo denominada, Assembléia de Deus.

CONCLUSÃO – Quando Deus dá a ordem, temos que obedecer esta ordem; mesmo que seja necessário abandonar as nossas riquezas, deixar familiares. Devemos ir com a certeza de que o nosso Deus quando envia, Ele cuida. Como poderemos está quieto, se Deus nos chamou para sermos embaixadores do seu reino?
Levantemos os olhos e vejamos os campos brancos para a ceifa (Jo 4.35), ou podemos nos apresentar diante do Senhor com as mãos vazias (hino 16 HC).